segunda-feira, outubro 31, 2011


Acolhida


Abra-se. Escuta as palavras doces que te falam, os abraços sinceros que te oferecem e guarda-os. Deixe que se aproximem o que e quem é de verdade. Sim, esse tipo de coisa existe e está mais perto do que se possa imaginar. É só querer colher. Acolher. Não que seja fácil. Não pretendo falar de facilidades. Não se trata disso. Acredito que seja mais uma questão de percepção. Não quero parecer inconveniente. Longe de mim. Só desejo que você perceba. Colha. Acolha. Não deixe passar despercebido. Não deixe que o que é tão raro te escape.  Não deixe que canse, que passe. Não deixe.


Linda: Cecília Barbosa

2

terça-feira, setembro 20, 2011


Aquilo

Pequeninas ações sem mentira valem muito mais que bonitas palavras sem verdade. Porque aquilo que realmente tem significado quase sempre não precisa ser explicado, compreendido, mas sim sentido. E aquilo nada mais é que a mão que se estende, o abraço que acalenta, o olhar que é suave, o silêncio que é doce e que grita tão alto, ecoa pelo mundo, mesmo que só tenha sido presenciado por nós. Antes, agora e depois, é isso mesmo o que importa. Bastando por si só.

Linda: Cecília Barbosa
2

domingo, agosto 14, 2011


Sendo.

Conscientemente distraída, com visão amplamente limitada, apegada àquilo que chama de suas certezas. Exagerada nos dramas, nas gargalhadas, no tom de voz. Faz de trivialidades verdadeiros contos e, muitas vezes, se faz de cega para o que realmente dizem importar. Com toda sua personalidade forte, cabelos volumosos e ar de quem-não-tá-nem-aí, sonha com alguém que ceda gentilmente seu ombro pra recostar a cabeça cheia de pensamentos alados e que olhe para ela como alguém realmente especial.


Insegura, pequena, mas ao mesmo tempo, veja só, com uma força tão grande, tão maior do que se pode imaginar. Com uma coragem rara de enfrentar a si mesma e tentar entender sempre o que é essencialmente incompreensível. Uma mania estranha de querer deixar com quem se encontra algo bom, nem que seja só um sorriso num dia não tão bonito pra si ou para quem a vê. Presunçosa, egocêntrica, impura. Vivendo com os dois pés atrás e a cabeça nas nuvens. Toda cheia de razão, mas, lá no fundo, louca pra perdê-la por alguém que pare para enxergá-la assim e sinta vontade de permanecer, de ficar um pouco mais. E é assim que tem sido... até quando não for mais.

Linda: Cecília Barbosa
3

terça-feira, julho 26, 2011


Muda!

E se não for? E se for? Como é que faz pra saber se é? Ah, só vou se tiver certeza. E dá pra ter? O que quero eu sei, mas não tenho noção se é esse o caminho que vai me fazer alcançar, se é que dá pra ser assim “alcançado”, capturado, seguro, palpável. Um medo danado de errar mais uma vez. De arrepender, de doer, de arriscar. Mas que adianta prever? O você mudou. O eu também. O tempo, a história, a tal da circunstância. Mudou . Passou. Pensando assim, não vejo porque não. Pode até ser bom. E se não for, que pena! Vai passar. Que seja, sinta e passe, então. Mais uma vez. 




Linda: Cecília Barbosa
0

sexta-feira, julho 15, 2011


Ponto e vista.

Sempre há um ponto. De chegada, de partida, de interrogação, de exclamação, final. Um ponto. Há também caminhos. Na verdade, há vários caminhos, é só escolher e ir, e escolher e ir, e escolher e ir... Sem pretextos, amarras ou medos. Ir. Olhar pra trás apenas pra recordar dos sorrisos que sorriram, e que sempre ficarão guardados. Sem parar. Só seguir. Ir. Equilibrar o sentir e o pensar. Saber assumir a responsabilidade sobre a vida e ter orgulho disso.  Enxergar-se com carinho e respeito e permitir que se aproximem os que vão acrescentar, ao invés de tirar, e caminhar junto, seja por uma hora, um dia, por longos anos, sempre. Respeite. Considere. Mas faça isso apenas por si e por quem souber acolher essas raridades, afinal de contas, gastar o que se tem de melhor com o que não tem qualidade, definitivamente, não convém. Estabeleça limites, para você, para os que ama, para os que não ama também, principalmente, inclusive. Aprenda a enxergar as situações de uma forma diferente, sempre buscando o que é realmente melhor (para você!). Talvez consiga, aos poucos, descobrir o que te faz feliz de fato e não de ilusão. Porque tudo na vida é uma questão, um ponto. Questão de ponto, e de vista.




Linda: Cecília Barbosa
2

terça-feira, julho 12, 2011


Re-aja

Circunstâncias. Emoções. Sentimentos. Sensações. Ações. Reações. É disso que vivemos.
Fazer história nada mais é que caminhar rumo ao novo que desabrocha todo dia.
Viver nada mais é que permitir-se agir, reagir, sentir, doer, descobrir, crescer, aprender sem limitar, ser o que é, construir o que será.
Caminhe. Faça. Sinta. Cresça. Aja. Ontem, hoje, amanhã.


Re-aja, hoje e sempre.









Linda: Cecília Barbosa
0

quinta-feira, julho 07, 2011


Ela


Ela não estava bem. Definitivamente, não estava bem. Sim, verdade que ela sorria, bebia, saía com os amigos...acontece que ela começa a sentir novamente aquela vontade de se fechar pro mundo. Lembra daquele período de isolamento? Celular desligado, redes sociais desatualizadas, nada de cartas, e-mails. As pessoas perguntam: cadê o sorriso daquela moça? Meu Deus, logo o sorriso. Ela sorría linda e facilmente. E se perdeu. Há quem diga que aquele moço que provocou tantos sorrisos levou-os quando foi embora.
Ele foi embora.
Ele foi, porque não havia explicação. Nenhuma explicação. Ela tanto se perguntou, esperou, quis e ele foi embora. Levou o sorriso e um pedaço do cabelo (é, ela cortou. Mulher tem dessas coisas de mudar o cabelo diante das mudanças da vida), mas esqueceu de levar as lembranças...
Ah, ela vai chorar um pouco. Vai almoçar com uma amiga que passa por algo parecido, afogar as mágoas, quem sabe tomar uma caipirinha(não, ela decidiu parar de beber). Depois vai pra casa arrumar os cabelos, as unhas estão boas, vai dormir algumas noites e outras não. Vai acordar, jogar uma água no rosto e despertar. É nisso que ela se apega! As paixões virão verdadeiras, os amores serão intensos, a vida ainda vai valer muito a pena.

Linda: Amanda Deodato
1

segunda-feira, junho 13, 2011


O vento (ou o que lhe aprouver)

É como o vento. Sei que é vital, não consigo ver, só sinto e respiro. Dependo dele. Vivo por causa dele. Por vezes vem leve, como brisa, mas de forma tão inigualável, tão especial. Em outras vem forte, devastando, destruindo, limpando, arrancando. E dói.  Mas é tão indispensável. Está sempre presente, mas é tão lindo quando faz a sutil questão de ser notado. E o que nos resta é saborear, mesmo sendo sem sabor. É desentender, “desexplicar”, descomplicar, suavizar, sentir e só. Cada vez mais e melhor, e sempre.


Linda: Cecília Barbosa
2

sábado, maio 07, 2011


Mãe


Cecília Barbosa sobre Dona Terezinha
A minha tem mãos pequenas cheias de sinaizinhos e o dedão da sua mão direita é mais gordinho que o da mão esquerda. Ela é destra, mas tem muito mais força na mão canhota. Fazemos aniversário no mesmo dia.  Ela também é pisciana, dramática e coração de manteiga como eu. Quase nunca diz não, mas sempre soube me lembrar dos meus limites e das conseqüências das minhas ações e isso foi mais do que suficiente. A gente briga um bucado. A gente se cheira e se abraça um bucado maior ainda. A gente conversa sobre tudo, tudo mesmo. E definitivamente nós não temos uma relação convencional. Somos diferentes, sim. E eu amo tanto isso. Ela me conhece como ninguém. Fala dos meus defeitos como ninguém também e eu acho isso tão irritante, mas único, indispensável. Quando ela sorri, sorri com vontade e bem largo, e depois dá uma tossidinha, sempre. Também é cacheadinha, mas não tem muitas vaidades. Não usa brincos. Colares ela gosta. Tem os olhos cor de mel mais lindos e brilhantes que já me olharam. Baixinha de pernas grossas e torneadas. É linda. É minha. É o broto a quem tanto amo e me faz ter motivos pra querer ser cada vez melhor.

Amanda Deodato sobre Dona Mena
Mamis é uma baixinha magra e bem forte. Ela tem um rosto de traços delicados e uns olhos verdes (que eu não herdei) meio cansados. Mamis é de uma sinceridade elegantíssima e alguns cabelos brancos (que ela pinta). Gosta de batom, brincos pequenos e chama maquiagem de reboco. Irônica (isso eu herdei), tem dentes perfeitos e é dona de uma gargalhada tão rara quanto contagiante. Poucas vezes a vi chorando e assistindo televisão. Mamis ama ler, tem pavio curto e não se mete em meus relacionamentos. Possui uma mania de limpeza e um perfeccionismo irritante. É muito espiritual e de uma simplicidade que a torna linda. Nós adoramos conversar, temos uma boa relação. Ela está sempre com aquele cheirinho bom que só ela tem. Não é cacheada nem tem sardas. É aquela com quem troco todas as noites o “Boa noite, até amanhã. Jeová te guarde!”. Essa é minha mãe e me deu os melhores irmãos do mundo. Mamis é muito mais do que eu possa escrever. Porque mãe é isso mesmo: é mulher, é linda, é mais que tudo, apesar de tudo e acima de tudo. Mãe é TUDO (com letra maiúscula e muito amor).





Sobre Mãe
Mãe é ternura, renúncia e doçura. Mãe é se preocupar com a alimentação dos filhos mesmo quando eles tem 21 anos. Mãe é ponte, elo e origem. Mãe é aquele cheirinho. É o remédio certo pra cada doença, mãe é intuição divina, é mandar levar a sombrinha ou o guarda-chuva, é ser e fazer doce. Mãe é aquele cobertor na madrugada fria, mãe é tia dos amigos e mãe é presente. Presente, passado e futuro. Mãe é aquele abraço quando a gente chega de viagem. Mãe é abrir mão, mãe é ver e fazer crescer, é cuidar durante muito tempo e depois ver partir. Mãe é saudade, é coração sem tamanho, é dar a mão e amar incondicionalmente. Mãe é dar amor e asas pra voar. Mãe é a maior liberdade e o que há de melhor. É sorte grande e é sensação indescritível de quem não a tem mais. Mãe é pra sempre e por sempre. Mãe é a linda sem aspas mais linda sem aspas do mundo. Mãe é mãe, e isso basta.



Lindas: Amanda Deodato e Cecília Barbosa
5

terça-feira, abril 19, 2011


Diálogo sem fim

Depois de alguns encontros perdidos e escondidos, na primeira cruzada de olhar daquela dia e antes do quarto, da Itália, do estádio, do terraço, da varanda, da cama e do término sem fim:

Ela – O que foi?
Ele – Não é mais
Ela – Jura?
Ele – Será a partir de agora
Ela – O que você quer?
Ele – Você!
Ela – E o que mais?
Ele – Seu cheiro, seu...
Ela – Falo além de mim, o que você quer?
Ele – Quero pouca coisa pra ser muito seu.


(Silêncio por pouco tempo)


Ele – Você quer?
Ela – (Quando abriu a boca ele a interrompeu)
Ele – Quer que eu te queira? Quer me querer?
Ela – Eu só quero bem, muito...


(Ela passou a mão nos cabelos, ele olhou para o lado e os dois deram um gole)


Ela – Não acha melhor parar?
Ele – Não quer mais vinho?
Ela – Quero vinho, não sei se quero continuar
Ele – Você é capaz de me dar um motivo pra parar?
Ela – Desistir é mais sensato
Ele – Continuar é melhor, bom...
Ela – Faz bem?


(Mais um pouco de silêncio e vinho)


Ele – Você quer que eu vá embora?
Ela – Não e você sabe disso
Ele – Então fique, me deixe ficar
Ela – Só não quero que fique aqui, quero sempre
Ele – Quer ficar no quarto?
Ela – Agora sim
Ele – Falo de agora. Daqui a alguns anos estaremos...
Ela – Você acha?
Ele – Vamos?
Ela – Eu quero ir! Ao quarto, à Itália, à praia e até o fim.
Ele – Eu quero no estádio, no terraço, na cama, na varanda e nada de fim. E que termine assim, sem fim.
__________________________
Achei isso perdido pela minha agenda de 2006. Lembro que o escrevi no auge da minha crença no amor sem fim e ainda assim havia um rabisco embaixo: depois escrever o “Diálogo do fim”. Creio que sempre pensei que pode ter fim, ainda que não acabe. Curioso o surgimento e a insistência do que chamam de amor até quando é, no mínimo, findável. Fim. 


Linda: Amanda Deodato
6

sexta-feira, abril 01, 2011


Desigual


Espero muito de mim.  Não admito não chegar onde planejei. Sinto dores na cabeça, no corpo e na alma. Nos três. Transpareço para poucos, mas a fragilidade volta e meia me pega pela mão e anda junto comigo. A cabeça dói porque parece que os pensamentos não cabem nela e não acham uma válvula pra escapulir. Meio panela de pressão, sabe? O corpo é o mais fácil de aliviar. Basta deitar e por as pernas pra cima no sofá lilás da minha sala de estar. A alma dói por querer estar tão ligada ao pensar. A alma não entende que é independente, que precisa seguir só, que é desigual, porque assim se fez. Tenta camuflar-se numa suposta coerência dependente daquilo que se acredita ser o correto, calculado, racional.
Quando se decide seguir na contramão, se esbarra ainda mais em obstáculos. Quando se decide ser desigual, se sofre a espera por aquilo que não se sabe se chegará. Apenas acredita-se. Apenas  se ousa caminhar por outra trilha, que poucos costumam seguir, mas que se resolveu pagar e sofrer as consequências para ver o que lhe aguarda. A espera talvez seja o que mais cause dor. Mas talvez seja ela o ingrediente principal do sabor de uma conquista.




Linda: Cecília Barbosa
8

terça-feira, março 22, 2011


Mistério no beco sem saída

Na estante do meu quarto as fotos todas ficaram mudas. Antigamente eu até me lembro que elas conversavam comigo. E entre os segredos mais antigos eu guardo um especial... lá no beco sem saída. Se por acaso você entrar lá, não se preocupe, só entra quem eu deixar e pra sair é só seguir a minha sombra. Isso, é claro, se for dia de sol, porque quando chove, eu fico em raios como uma tempestade. E nesses dias você não encontrará a minha sombra. Porém, não se assuste: te convidarei (e você tolo sem escolhas ficará) a permanecer em minha companhia. Você irá pensar que estamos a sós, apenas nós dois... Lamento que não seja assim, pois trago dentro de mim uma diversidade e variedade de mulheres. São tantos jeitos e gestos, cabelos e cores, dramas, dores e damas, olhares errantes, laços e lentes (que insistem em aumentar a realidade) de um espírito sonhador! É uma extrema vontade de mudança, de querer tudo de uma vez, de apelar para mimos e charmes, que às vezes eu mesma me rendo aos encantos próprios, às promessas que tento cumprir mas não consigo e sinto-me fraca em agir assim!

Quando você estiver nesse beco sem saída, conseguirá conhecer um lado da minha vida que é extremamente plural, um espaço íntimo. Mas, para isso acontecer, muitas primaveras terão que despertar. Se você quiser perguntar qual o segredo desse beco sem saída para alguém que já esteve lá, comece procurando pelas ruas, pelo vento, em nomes riscados em árvores, nos papéis de bala, no resto da saudade não contida, no velocímetro do carro, na noite mal dormida, no suor das mãos, nos brincos perdidos, nos sonhos e nas ilusões. Junte tudo isso. Organize as pistas! Talvez, algum dia, alguém consiga aparecer por lá. Talvez alguém que caiba nos meus sonhos...


Linda (especial): Kelly Catarina 


4

terça-feira, março 15, 2011


Sobre flores e jardins, desejos e (des)cuidados...

Desejei tanto uma flor e não vi o jardim completo. Estava desejando tanto aquela e só aquela flor que esqueci do jardim, das outras flores e dos outros jardins.
Desejei, apanhei e quis tanto e cuidei, mas ela murchou. Não lembrei que flores murcham e sempre haverá outra com outro cheiro, outra cor, outra beleza...nova e encantadora.
Parti em busca de outra flor e o jardim todo havia murchado, pois cuidei apenas daquela flor que não mais existia. Descuidada que sou esqueci também que as flores murcham e, por isso, o que deve ser cultivado mesmo é o jardim, os jardins, muitos jardins.
Agora, sem buscar nenhuma flor, dê-me licença, cuidarei do meu jardim.

Linda: Amanda Deodato
4

quinta-feira, fevereiro 24, 2011


Um Somatório

E aquilo nunca chega. E ela se culpa. E, na sua ânsia e sua teimosia garante que pra que aconteça só depende dela. E se culpa de novo. Já consegue entender que isso não é verdade. Seu grande mérito é querer nada menos que merece, é querer melhor, à altura. E é isso que acaba sendo seu motivo de frustração, mesmo que passageira. Uma mulher que sabe bem o que quer, mas que sabe como é difícil lutar por tudo isso. E que se cansa. Ah, ela cansa. E berra. E se sente só. Não vazia, mas só. Ser quem ela quer ser é ainda um desafio, uma luta diária contra si mesma, contra aquilo que se pensa e não quer mais pensar, por aquilo que tem que abandonar, que permitir, que deixar chegar, que deixar passar. E vem a insatisfação, a dúvida, o pensamento. E ela pensa. Duvida, mas acaba saindo dessas recaídas duvidosas ainda mais cheia de certeza. É isso mesmo que ela quer. E é bom saber que está caminhando bem, tombando, levantando, mas caminhando, fazendo o seu caminho. Um mulher que quer ser. Uma mulher que é.


Linda: Cecília Barbosa
4

quinta-feira, fevereiro 10, 2011


Deixa ser...

Como você reage quando uma mulher te encara e assume sua busca por um homem que lhe proporcione estabilidade, segurança e amor? (Eu digo que também quero e acrescento na lista ombros largos!)

Se um homem te encara e afirma buscar aquela mulher que o complete, divida a vida, que seja linda e goste de sexo? (Ajeito os cachos e digo sutilmente, claro, que estou solteira.)


Quando uma mulher em meio a uma conversa qualquer expõe que decidiu beijar, que quer dividir o apartamento e as preocupações e que gosta de passar a mão na cintura de outra mulher? (Sugiro que dividam as roupas também. Mas e aí? Deixo que vocês respondam)

 
E se um homem assume gostar de tocar os ombros largos, gosta de outra voz grossa e trocaria uma noite com todas aquelas bundas da revista por uma noite com alguém que possui seus mesmos "atributos"? (Eu concordo, mas imagine a situação. Como reagiria?)


Ao invés de buscar explicações e justificativas baseadas nos padrões, nos estudos e na ciência e chegar a conclusões mornas, evasivas, conclusões "certas", preconceituosas...

Desarme-se. Conheça. Busque conhecer. Permita-se conhecer.
Se te revelarem o amor por alguém (seja lá a pessoa homo, hetero, bi, emo ou só sexual mesmo) prefira transmitir que ele, o amor, deve ser, acima do parecer; que o prazer esteja acima do dever e que o sentir esteja acima de tudo e apesar de qualquer coisa.
Defendo com firmeza que toda forma de amor é aceitável , sim!
E amar (também) é isto. Aceitar. Respeitar. Deixar livre para ser quem se é e não ser quem querem que seja.
Amor é amar e pronto. E ponto.


"Eu quero crer no amor numa boa. 
Que isso valha pra qualquer pessoa que realizar a força que tem uma paixão..."




Lindas: Amanda Deodato e Cecília Barbosa
8

quinta-feira, janeiro 27, 2011


De Teresa a Monroe

Cleópatra, Joana D’arc, Mary Quant, Cecília Meireles, Maysa, Madre Teresa de Calcutá, Leila Diniz, Cora Coralina, Clarisse Lispector, Marilyn Monroe. Jornalistas, princesas, escritoras, atrizes, rainhas, santas, loucas, religiosas, profanas. Mulheres. Lendo sobre mulheres a frente do seu tempo, achei várias narrativas, das mais variadas épocas e contextos, cada qual com sua peculiaridade, seu ideal, seu sonho, seu jeito. Porém, diante de tantas divergências, não pude deixar de notar o quão semelhante é a essência das mulheres que protagonizaram e tem seus nomes gravados na história de forma tão especial: a ousadia. Todas, sem exceção, foram ousadas o suficiente para lutar por aquilo que almejavam, indo de encontro ao comodismo da sociedade que viviam, aos julgamentos que sofreram, aos preceitos estabelecidos, às incertezas que, com certeza, permeavam seus pensamentos. Esse não é um texto feminista. É um texto humano-feminino. É apenas um registro e uma singela lembrança a essas que fizeram diferente e que tiveram a audácia de ser quem queriam ser independente da época. A essas humanas que foram atenciosamente escutadas pelo que falaram nao só com os olhos, como disse Victor Hugo, mas pela atitude, voz firme, escolhas corajosas e amor pelo ser. A essas humanas que, como todos nós, podem ser consideradas realmente lindas. Lindas sem aspas.

      

"Apesar de todos os medos, escolho a ousadia. Apesar dos ferros, construo a dura liberdade. Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança." (Lya Luft)

                                                                                                                                              
Lindas: Cecília Barbosa e Amanda Deodato
6

terça-feira, janeiro 25, 2011


Só um pouquinho!


Cada vez que me lembro, revivo, sorrindo, as emoções da minha vida. Encontro atitudes imaturas, pensamentos infantis, ilusões alimentadas com a mais certa das realidades. Me disfaço de algumas delas, a outras ainda me apego e por elas tenho grande estima, como se não fizessem mal caso fiquem um pouco mais comigo. Só um pouquinho. Postergo-as. Teimo em procrastinar com essas minhas ilusões, mentindo pra mim que me livro delas quando quiser, mesmo que seja em cima da hora. Nessa busca de abandonar o que quase sempre esteve comigo, é inevitável não sentir uma certa nostalgia. Não é que eu queira só realidade, quero apenas um pouco menos de ilusão.


Linda: Cecília Barbosa
2

segunda-feira, janeiro 24, 2011


Sinto

Meio preto e branco mesmo.

Mesmo desistindo de entender a maioria das coisas que se passam comigo, gosto de escrever sobre e impressiono-me por serem tão belas, suaves e peculiares, ainda que muito confusas. Aprendi a amar as coisas novas. E comecei a reconhecer cores, conhecer paisagens e pessoas, descobrir coisas e verdades, despertar o interesse, ter a certeza dos amores e vencer travas. É que sinto uma saudade das coisas que descobri, apreendi e registrei, mas não podem ser totalmente minhas. E sinto saudade mesmo ainda tendo posse.
Realmente confuso.
Acontece que falei de amor, de cores, paisagens, pessoas, decobertas, verdades, interesse, certeza e travas e sobre isso não há entendimento nem palavras. Apenas se sente. Eu sinto. Apenas me sinto bem e viva. Apenas sinto saudade.

Linda: Amanda Deodato

7

terça-feira, janeiro 18, 2011


Uma vontade de ser.

"Que comece agora. E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera. E que eu espero também. Uma vontade de ser. Àquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho. Que me dê cadência das atitudes na hora de agir. Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida. Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo. Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver."

Lindo: Caio Fernando Abreu
2

quinta-feira, janeiro 13, 2011


Eu posso, eu quero, eu faço.


O que eu quero pra 2011? Pensei um bucado nisso, mas não cheguei a nenhuma meta real. Pensei que quero crescer mais, amadurecer mais. Mas como? Acho que nunca fui muito apegada a planos determinados, a seguir a risca algo que tenha planejado com antecedência. Lembro que desde os tempos de escola nunca consegui cumprir aqueles horários certinhos de estudo para cada matéria durante toda a semana e etc, etc, etc. Talvez (com certeza) porque não quisesse ou não fizesse esforço nenhum pra querer.
Engraçada era (e é) a fé que tenho de que vai dar tudo certo, mesmo sem seguir o que houvera sido estabelecido. Pois bem, pensei que nesse ano quero ser mais pontual (o "mais" que precede a palavra dá uma vaga ideia de desinteresse, né?), quero ser mais independente (coisa que não fazia questão nenhuma de ser, mas que tem aflorado em mim de uma maneira tão voraz como a vontade de alguém que está embaixo d'água há quase um minuto e precisa emergir até a superfície), ser menos boazinha, criticar mais, dizer mais o que penso (e costumo simplesmente calar) e pensar mais em mim, pensar mais em mim, pensar mais em mim sem sentir culpa, medo ou angústia (pode achar egoísmo, eu não ligo [muito]).
Pensando no que aconteceu em 2010, nas tantas coisas que eu fiz e que nunca (é nunca mesmo, viu?) imaginei ter coragem pra fazer... Caramba, me dá uma alegria, um sentimento bom, sabe? E olhar e dizer: eu posso, eu quero, eu vou fazer! Ainda tenho tanto pra aprender, mas parece que só agora EU tenho feito MINHAS escolhas, afinal a vida é MINHA. Tenho decepcionado, aborrecido, magoado pessoas que amo muito (muito, muito mesmo!), mas não "consigo" me arrepender de nada, nadinha, nadinha.
Quero ter sabedoria pra enfrentar os muros que sinto (muito forte, inclusive!) que vão se erguer nesse ano que tá só começando. Sabedoria pra lidar com as pessoas que magoei e magoarei, com as  lágrimas que derramarei, com os sorrisos que darei e proporcionarei, com as  experiências todas que terei.
Sou sensível, sentimental, emotiva, corajosa, insegura, contraditória, pisciana, cacheada, menina, moça, mulher. Pode ser que tudo isso seja o mais óbvio sinal de insanidade, que eu me ferre muito por optar por viver assim, seguindo o que consigo ouvir desse meu coração, mas o que se há de fazer? É um risco que se corre e sim, eu quero correr. Acho que é isso que quero em 2011: buscar minhas oportunidades e fazer delas as minhas melhores coisas.




Linda: Cecília Barbosa
4