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terça-feira, janeiro 01, 2013


A fonte e a moça


Era uma vez uma moça que andava num deserto a procura de uma fonte que saciasse sua sede. A cada passo que ela dava, ficava com mais sede e ao mesmo tempo com menos certeza de que iria encontrar a fonte que tanto desejava. O cansaço da caminhada a fazia enxergar miragens e correr em direção a elas na certeza de que havia encontrado a sua tão desejada água, mas quando chegava bem perto, percebia que era apenas mais uma miragem, mais uma ilusão. E isso fazia a moça chorar, sofrer, descrer que um dia, de fato, iria encontrar uma água pura, límpida e verdadeira, da qual ela merecidamente beberia e se sentiria feliz por ter ultrapassado todas as dificuldades da caminhada. O sabor dessa água seria único... ela sentiria receio de estar, novamente, diante de mais uma miragem, mas, teimosa e espontânea que é, arriscaria mais uma vez, mesmo tendo a chance de ao invés de água, ela engolir areia. E enfim, então, já muito cansada, machucada, descrente, com os passos tortos, pensando seriamente em desistir, ela se viu diante de uma fonte. Parou, olhou, sorriu, pensou, temeu, recuou, mas, ousada, seguiu até ela e a experimentou: bebeu com medo, mas bebeu! Sentiu que aquela água era diferente, mas demorou a acreditar que estava experimentando aquela sensação tão boa de saciar a sede... a medida que o tempo foi passando, ela bebia e tinha mais certeza da verdade daquela água. Ela soube dar valor e soube aproveitar cada momento que pôde degustá-la. Ahh, como foi bom! Como a moça sorriu, foi feliz. Até que um dia ela percebeu que o gosto da água estava ficando diferente... estranhou, porque, aparentemente, nada havia de errado com tudo aquilo. Ao contrário, era uma realização, um encontro raro e especial. Percebeu, então, que a água continuava límpida, pura e verdadeira, mas a sua fonte não estava preparada sede daquela moça... A fonte, com toda a sua humildade e por motivos que só ela saberia, chegou a conclusão de que não tinha como dar àquela moça, agora, toda água que ela merecia. A moça, por sua vez, ficou triste, chorou, mas não aquela tristeza ruim (se é que pode existir tristeza boa). A moça não sentiu raiva, não sentiu mágoa, só tristeza. Tristeza em ter que deixar a fonte e seguir na caminhada árdua do deserto. Uma tristeza por ter que abandonar algo que buscou tanto, que sonhou tanto, mas que não pode continuar usufruindo. Sentiu medo em seguir, mas sabe que viver é isso mesmo, seguir em direção ao desconhecido que só Deus conhece. Tem medo de não encontrar novamente outra fonte, ou quem sabe até a mesma fonte, mas leva a certeza da lembrança do gosto bom e único daquela água. Entrega seu caminho à Deus e pede pra Ele abençoar a fonte de um jeitinho bem especial. Pede pra Ele guiar os pensamentos, os sentimentos e as atitudes da fonte, pra que ela não desista de si mesma e um dia consiga entender que a profundidade dela é imensa e que pra ela se sinta completa, basta que comece a se enxergar com olhos mais serenos e carinhosos, iguais aos que ela olhava pra moça... O que será daqui pra frente nem a fonte nem a moça saberão. Mas o que fica de bom e realmente insubstituível nessa história é a água: pura, límpida e verdadeira, que a moça achou ser só utopia, ilusão e que a fonte, mesmo na sua incompletude, provou ser real e poderosa.
Agora e sempre, seja o que Deus quiser...

Liinda: Cecília Barbosa

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sábado, agosto 11, 2012



Precisava de afeto. Não tinha pensamentos estruturados ou que fizessem algum sentido. Queria fugir, sentir-se livre. Mas ao mesmo tempo esconder-se, refugiar-se dos espinhos desse mundo que teimam em abrir as feridas que pensava já estarem cicatrizadas.  Os ciclos se repetem e ela não sabe como fazer com que a história tenha um enredo diferente. Erra, achando que acertou. Fere, machuca. É ferida, machucada. Sofre pelo que não sente e pelo que não sabe que sente. Sente. Quer repousar. Agora tanto faz. Simplesmente não sabe e, perdida, zonza, deita, chora, para. Deixa ser o que será.
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segunda-feira, outubro 31, 2011


Acolhida


Abra-se. Escuta as palavras doces que te falam, os abraços sinceros que te oferecem e guarda-os. Deixe que se aproximem o que e quem é de verdade. Sim, esse tipo de coisa existe e está mais perto do que se possa imaginar. É só querer colher. Acolher. Não que seja fácil. Não pretendo falar de facilidades. Não se trata disso. Acredito que seja mais uma questão de percepção. Não quero parecer inconveniente. Longe de mim. Só desejo que você perceba. Colha. Acolha. Não deixe passar despercebido. Não deixe que o que é tão raro te escape.  Não deixe que canse, que passe. Não deixe.


Linda: Cecília Barbosa

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terça-feira, setembro 20, 2011


Aquilo

Pequeninas ações sem mentira valem muito mais que bonitas palavras sem verdade. Porque aquilo que realmente tem significado quase sempre não precisa ser explicado, compreendido, mas sim sentido. E aquilo nada mais é que a mão que se estende, o abraço que acalenta, o olhar que é suave, o silêncio que é doce e que grita tão alto, ecoa pelo mundo, mesmo que só tenha sido presenciado por nós. Antes, agora e depois, é isso mesmo o que importa. Bastando por si só.

Linda: Cecília Barbosa
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domingo, agosto 14, 2011


Sendo.

Conscientemente distraída, com visão amplamente limitada, apegada àquilo que chama de suas certezas. Exagerada nos dramas, nas gargalhadas, no tom de voz. Faz de trivialidades verdadeiros contos e, muitas vezes, se faz de cega para o que realmente dizem importar. Com toda sua personalidade forte, cabelos volumosos e ar de quem-não-tá-nem-aí, sonha com alguém que ceda gentilmente seu ombro pra recostar a cabeça cheia de pensamentos alados e que olhe para ela como alguém realmente especial.


Insegura, pequena, mas ao mesmo tempo, veja só, com uma força tão grande, tão maior do que se pode imaginar. Com uma coragem rara de enfrentar a si mesma e tentar entender sempre o que é essencialmente incompreensível. Uma mania estranha de querer deixar com quem se encontra algo bom, nem que seja só um sorriso num dia não tão bonito pra si ou para quem a vê. Presunçosa, egocêntrica, impura. Vivendo com os dois pés atrás e a cabeça nas nuvens. Toda cheia de razão, mas, lá no fundo, louca pra perdê-la por alguém que pare para enxergá-la assim e sinta vontade de permanecer, de ficar um pouco mais. E é assim que tem sido... até quando não for mais.

Linda: Cecília Barbosa
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terça-feira, julho 26, 2011


Muda!

E se não for? E se for? Como é que faz pra saber se é? Ah, só vou se tiver certeza. E dá pra ter? O que quero eu sei, mas não tenho noção se é esse o caminho que vai me fazer alcançar, se é que dá pra ser assim “alcançado”, capturado, seguro, palpável. Um medo danado de errar mais uma vez. De arrepender, de doer, de arriscar. Mas que adianta prever? O você mudou. O eu também. O tempo, a história, a tal da circunstância. Mudou . Passou. Pensando assim, não vejo porque não. Pode até ser bom. E se não for, que pena! Vai passar. Que seja, sinta e passe, então. Mais uma vez. 




Linda: Cecília Barbosa
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sexta-feira, julho 15, 2011


Ponto e vista.

Sempre há um ponto. De chegada, de partida, de interrogação, de exclamação, final. Um ponto. Há também caminhos. Na verdade, há vários caminhos, é só escolher e ir, e escolher e ir, e escolher e ir... Sem pretextos, amarras ou medos. Ir. Olhar pra trás apenas pra recordar dos sorrisos que sorriram, e que sempre ficarão guardados. Sem parar. Só seguir. Ir. Equilibrar o sentir e o pensar. Saber assumir a responsabilidade sobre a vida e ter orgulho disso.  Enxergar-se com carinho e respeito e permitir que se aproximem os que vão acrescentar, ao invés de tirar, e caminhar junto, seja por uma hora, um dia, por longos anos, sempre. Respeite. Considere. Mas faça isso apenas por si e por quem souber acolher essas raridades, afinal de contas, gastar o que se tem de melhor com o que não tem qualidade, definitivamente, não convém. Estabeleça limites, para você, para os que ama, para os que não ama também, principalmente, inclusive. Aprenda a enxergar as situações de uma forma diferente, sempre buscando o que é realmente melhor (para você!). Talvez consiga, aos poucos, descobrir o que te faz feliz de fato e não de ilusão. Porque tudo na vida é uma questão, um ponto. Questão de ponto, e de vista.




Linda: Cecília Barbosa
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