quinta-feira, janeiro 27, 2011


De Teresa a Monroe

Cleópatra, Joana D’arc, Mary Quant, Cecília Meireles, Maysa, Madre Teresa de Calcutá, Leila Diniz, Cora Coralina, Clarisse Lispector, Marilyn Monroe. Jornalistas, princesas, escritoras, atrizes, rainhas, santas, loucas, religiosas, profanas. Mulheres. Lendo sobre mulheres a frente do seu tempo, achei várias narrativas, das mais variadas épocas e contextos, cada qual com sua peculiaridade, seu ideal, seu sonho, seu jeito. Porém, diante de tantas divergências, não pude deixar de notar o quão semelhante é a essência das mulheres que protagonizaram e tem seus nomes gravados na história de forma tão especial: a ousadia. Todas, sem exceção, foram ousadas o suficiente para lutar por aquilo que almejavam, indo de encontro ao comodismo da sociedade que viviam, aos julgamentos que sofreram, aos preceitos estabelecidos, às incertezas que, com certeza, permeavam seus pensamentos. Esse não é um texto feminista. É um texto humano-feminino. É apenas um registro e uma singela lembrança a essas que fizeram diferente e que tiveram a audácia de ser quem queriam ser independente da época. A essas humanas que foram atenciosamente escutadas pelo que falaram nao só com os olhos, como disse Victor Hugo, mas pela atitude, voz firme, escolhas corajosas e amor pelo ser. A essas humanas que, como todos nós, podem ser consideradas realmente lindas. Lindas sem aspas.

      

"Apesar de todos os medos, escolho a ousadia. Apesar dos ferros, construo a dura liberdade. Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança." (Lya Luft)

                                                                                                                                              
Lindas: Cecília Barbosa e Amanda Deodato
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terça-feira, janeiro 25, 2011


Só um pouquinho!


Cada vez que me lembro, revivo, sorrindo, as emoções da minha vida. Encontro atitudes imaturas, pensamentos infantis, ilusões alimentadas com a mais certa das realidades. Me disfaço de algumas delas, a outras ainda me apego e por elas tenho grande estima, como se não fizessem mal caso fiquem um pouco mais comigo. Só um pouquinho. Postergo-as. Teimo em procrastinar com essas minhas ilusões, mentindo pra mim que me livro delas quando quiser, mesmo que seja em cima da hora. Nessa busca de abandonar o que quase sempre esteve comigo, é inevitável não sentir uma certa nostalgia. Não é que eu queira só realidade, quero apenas um pouco menos de ilusão.


Linda: Cecília Barbosa
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segunda-feira, janeiro 24, 2011


Sinto

Meio preto e branco mesmo.

Mesmo desistindo de entender a maioria das coisas que se passam comigo, gosto de escrever sobre e impressiono-me por serem tão belas, suaves e peculiares, ainda que muito confusas. Aprendi a amar as coisas novas. E comecei a reconhecer cores, conhecer paisagens e pessoas, descobrir coisas e verdades, despertar o interesse, ter a certeza dos amores e vencer travas. É que sinto uma saudade das coisas que descobri, apreendi e registrei, mas não podem ser totalmente minhas. E sinto saudade mesmo ainda tendo posse.
Realmente confuso.
Acontece que falei de amor, de cores, paisagens, pessoas, decobertas, verdades, interesse, certeza e travas e sobre isso não há entendimento nem palavras. Apenas se sente. Eu sinto. Apenas me sinto bem e viva. Apenas sinto saudade.

Linda: Amanda Deodato

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terça-feira, janeiro 18, 2011


Uma vontade de ser.

"Que comece agora. E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera. E que eu espero também. Uma vontade de ser. Àquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho. Que me dê cadência das atitudes na hora de agir. Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida. Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo. Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver."

Lindo: Caio Fernando Abreu
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quinta-feira, janeiro 13, 2011


Eu posso, eu quero, eu faço.


O que eu quero pra 2011? Pensei um bucado nisso, mas não cheguei a nenhuma meta real. Pensei que quero crescer mais, amadurecer mais. Mas como? Acho que nunca fui muito apegada a planos determinados, a seguir a risca algo que tenha planejado com antecedência. Lembro que desde os tempos de escola nunca consegui cumprir aqueles horários certinhos de estudo para cada matéria durante toda a semana e etc, etc, etc. Talvez (com certeza) porque não quisesse ou não fizesse esforço nenhum pra querer.
Engraçada era (e é) a fé que tenho de que vai dar tudo certo, mesmo sem seguir o que houvera sido estabelecido. Pois bem, pensei que nesse ano quero ser mais pontual (o "mais" que precede a palavra dá uma vaga ideia de desinteresse, né?), quero ser mais independente (coisa que não fazia questão nenhuma de ser, mas que tem aflorado em mim de uma maneira tão voraz como a vontade de alguém que está embaixo d'água há quase um minuto e precisa emergir até a superfície), ser menos boazinha, criticar mais, dizer mais o que penso (e costumo simplesmente calar) e pensar mais em mim, pensar mais em mim, pensar mais em mim sem sentir culpa, medo ou angústia (pode achar egoísmo, eu não ligo [muito]).
Pensando no que aconteceu em 2010, nas tantas coisas que eu fiz e que nunca (é nunca mesmo, viu?) imaginei ter coragem pra fazer... Caramba, me dá uma alegria, um sentimento bom, sabe? E olhar e dizer: eu posso, eu quero, eu vou fazer! Ainda tenho tanto pra aprender, mas parece que só agora EU tenho feito MINHAS escolhas, afinal a vida é MINHA. Tenho decepcionado, aborrecido, magoado pessoas que amo muito (muito, muito mesmo!), mas não "consigo" me arrepender de nada, nadinha, nadinha.
Quero ter sabedoria pra enfrentar os muros que sinto (muito forte, inclusive!) que vão se erguer nesse ano que tá só começando. Sabedoria pra lidar com as pessoas que magoei e magoarei, com as  lágrimas que derramarei, com os sorrisos que darei e proporcionarei, com as  experiências todas que terei.
Sou sensível, sentimental, emotiva, corajosa, insegura, contraditória, pisciana, cacheada, menina, moça, mulher. Pode ser que tudo isso seja o mais óbvio sinal de insanidade, que eu me ferre muito por optar por viver assim, seguindo o que consigo ouvir desse meu coração, mas o que se há de fazer? É um risco que se corre e sim, eu quero correr. Acho que é isso que quero em 2011: buscar minhas oportunidades e fazer delas as minhas melhores coisas.




Linda: Cecília Barbosa
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